“…com alma de artista…”
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O que teriam em comum personalidades como Zubin Mehta, Frank Williams, Ferreira Gullar e nosso querido pianista Gilson Peranzzeta?
Resposta: já foram guiados por essas mesmas mãos!
É! E eu também!
Em duas semana consecutivas tive um privilégio até então inédito: não precisei dirigir para ir tocar! Isso graças à competência e bela organização de duas equipes de produtores.
Exatamente 1 semana atrás, nesse mesmo horário, passava aqui em casa um motorista que me levaria para tocar na Semana Guiomar Novaes em São João da Boa Vista e que depois de algumas horas se tornaria meu amigo. Motorista com alma de artista, que sonhou em ser ator e que aos 23 anos foi para os EUA inspirado no Rock Balboa.
Foi para Hollywood. Pensava que o pouco que sabia sobre capoeira seria um diferencial por lá, mas ao chegar viu os shows organizados pelo Sargentelli com os melhores do estilo…! E então viu que não dava…
Pensou então em ser dublê, pois já havia pulado de um prédio de 3 andares, mas ao chegar lá viu que os dublês de Hollywood pulavam de prédios de 20 andares…! E então viu que também não dava…
Morou então em Nova Iorque, em bairros negros. Conheceu sobre Quincy Jones, trabalhou em construção civil, se acidentou, não pôde mais trabalhar, ficou sem dinheiro, foi morar na rua, e então percebeu que definitivamente precisava voltar para o Brasil…
Voltou aos 31 anos para viver outras histórias que também me contou como a do motoqueiro que voou por cima do Galaxie Ltd, caiu lá na frente sem se machucar, virou para ele e perguntou “E ai tio, como é que fica?”. Como a de ter dirigido para Zubin Mehta em um ford fusion 0 Km que a locadora em que trabalhava comprou exclusivamente para que fossem feitos os trajetos com o renomado maestro indiano.
Como a de ter dirigido também para Frank Williams, Ferreira Gullar e Gilson Peranzzeta e ter percebido que grandes nomes geralmente também são grandes serem humanos.
Como a de, no extremo oposto, ter dirigido para uma noiva – que morava aqui pertinho de casa, no Jardim Ângela, periferia de São Paulo – que passaria por um dia de princesa proporcionado pelo noivo no dia do casamento dos dois. O noivo contratou a locadora, mas não tinha um tostão para pagar. Não pagaria e inclusive falaria abertamente sobre isso!
Enfim, voltou para viver todas essas e muitas outras histórias e sonhar mais, mas dessa vez sonhar em escrever um livro contanto todas elas.
Meu amigo Edson, sonhe, pois tenho certeza que você conseguirá! E certamente isso terá um valor tão grandioso quanto o de ter sido o ator famoso de Hollywood! Talvez maior inclusive…!
Obrigado pela viagem!