I Prêmio MIMO Instrumental
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Investir em carreira artística sendo instrumentista no Brasil é bem difícil. É porrada atrás de porrada… Quase sempre acaba sendo mais fácil ficar nos trabalhos que são mais cômodos e continuar sobrevivendo simplesmente.
Às vezes, entretanto, acontecem coisas boas quando vai se insistindo e insistindo que te motivam a continuar. Comigo foi o caso do Prêmio MIMO recentemente.
Eu já ouvia falar há algum tempo desse festival que nasceu em Olinda (PE) e acompanhava a programação que era sempre fantástica. Nesse ano de 2014 vi na internet que eles haviam criado um prêmio para novos talentos com idade até 35 anos e com alguns requisitos que achei que me encaixava bem. Me inscrevi e fui selecionado! Na verdade foram 4 vencedores e o festival hoje acontece em 4 cidades: Ouro Preto, Olinda, Paraty e Tiradentes. Cada um dos vencedores entrou para a programação em uma das cidades. Fui pra Ouro Preto.
A beleza da cidade faz parecer que houve uma volta ao tempo e quando combinada com a diversidade da programação musical faz parecer que houve um transporte para outra dimensão, uma coisa meio mágica, acho que essa é a palavra, Ouro Preto + MIMO = Magia.
Falar que a gente tá começando a carreira depois de já trabalhar com música há quase 20 anos parece engraçado. Carreira de músico é a vida, tudo que se tocou e se viveu de antes até aqui e confesso que já vivi muita coisa boa e também muita coisa ruim, mas achei essa ideia do Prêmio MIMO Instrumental fantástica porque acaba sendo antes de tudo uma vitrine. Músicos menos conhecidos são colocados na mesma programação e palco que músicos já consagrados e isso possibilita a muitos que não conheciam o trabalho passarem a conhecer.
Cheguei no sábado e assisti alguns shows, subi algumas ladeiras – é que de qualquer lugar para qualquer lugar que se vá em Ouro Preto tem que se subir morro – tive a impressão de ter voltado no tempo com a linda arquitetura e fiz o show no dia seguinte. O dia estava ensolarado e quente diferente dos outros dias. Comecei o show e aos poucos o público foi se aproximando. Depois de alguns minutos a Praça Tiradentes já estava cheia, o show rolando e o público interagindo bastante. Percebi que quando eu estava tocando aconteceu uma coisa que não acontecia nos outros shows na praça: as pessoas não conversavam muito, mas sim prestavam bastante atenção na música.
Pra resumir a história foi um piano solo com um público maravilhoso e também uma linda paisagem de fundo. Inesquecível…
Foi feito um mini documentário sobre a participação no festival.
Fica aqui como recordação desse dia inesquecível!!!